domingo, outubro 30, 2005

Água para todos

Hoje assisti a um programa documental na Sic noticías, que reporta um verdadeiro milagre. Um rapaz canadiano de apenas nove anos de idade, de nome Ryan, desencadeou uma onda de solidariedade para com aqueles que no século vinte um ainda não têm acesso a água potável. Quando ainda andava na 1ª classe, tomou consciência que algures no mundo existiam pessoas que não tinham água potável, nomeadamente no Uganda. Para ele foi um choque. Como era possível tal coisa? Como ser consciente, manifestou a sua preocupação junto dos seus pais, entregando-lhes as suas economias para criação de um fundo destinado a ajudar aquelas pessoas. Partilhou esta sua preocupação com os seus: familiares, colegas, professores, enfim com quem mantinha contacto. Estes, contagiados pela consciência de uma criança de apenas nove anos de idade, contribuiram para o fundo, mais ainda, houve outras crianças que manifestaram o seu desejo de doar as suas economias para criar mais poços de água potável. Crianças! Foi construído um poço de água potável numa aldeia do Uganda. Aquando questionado sobre o local onde construir o poço, Ryan escolheu uma escola da aldeia, justificando que assim todos teriam acesso à água. A sua cosciência é plena, com apenas nove anos a sua lucidez é enorme.
Nós adultos, que nos julgamos sábios. Deveriamos aprender com estas crianças, pois delas é o futuro. E por assim ser, as suas necessidades e vontades devem ser Escutadas.
Eu sinto-me envergonhado. Durante muitos anos virei a cara para o lado, justificando-me com o “facto”, de não ter poder para mudar as coisas. Afinal não era eu quem decidia, o meu país tinha um governo eleito democraticamente e a eles cabia a responsabilidade de algo fazer. Aqui está o meu erro, se calhar o de muitos de vós. O poder de mudar é interno. Se mudarmos internamente reconhecemos o poder que temos. Foi o que Ryan, com apenas nove anos de idade fez. Um exemplo para a Humanidade. Um prémio Nóbel.
Aprendam. Eu estou a aprender.

segunda-feira, outubro 24, 2005

De onde venho? Onde me encontro? Para onde vou?

Quem sou eu realmente? Uma pergunta quotidiana que a mim faço. Será que aquilo que pareço ser, serei realmente eu? O parecer e o ser confundem-se. O parecer será aquilo que representamos para os outros, enquanto que o ser é aquilo que somos na realidade.
Confuso? Talvez.
Pergunte-se de onde vem. Mas, não crie barreiras de qualquer espécie a essa demanda. A nossa origem está para além dos limites impostos pela compreensão humana. A busca será interior. A verdade encontra-se. Torna-se consciente que não só é parte, mas também o todo. Esqueça por momentos as regras que o prendem e deixe a alma voar. Crie as suas regras se as quiser. Aceite as suas respostas e voe você também.
Para voar, tenho de ter rotas? Onde me encontro? Aceitar o meu ritmo de crescimento, sendo consciente ao momento, prepara-me o futuro. A consciência diz-me onde estamos. Mas continuam a tentar por nós arranjar destinos ás nossas vidas. E é nos dito, que assim é, porque já alguém o dizia e que por assim ter sido, verdade o seria.
Não concordo. As rotas devemos ser nós a criá-las.
Muito importante, ouvir, sentir, aprender. Pois tudo faz e é parte do ser. Mas nunca colar a nossa consciência à dos outros, perdemo-la se o fizermos. Abandonamo-nos.
A cada um, uma rota. Genuína.
O meu destino por mim é traçado, tal como escrevo. O seu, por si o será. Ou pelo menos, assim eu o espero.
Felicidades

quinta-feira, outubro 20, 2005

A árvore que somos

As relações que estabelecemos no decurso das nossas vidas, são motores de busca, em que realizamos experiências de partilha. Sondamos o ambiente que nos envolve, estabelecemos empatias, criamos laços. As raízes permitem que a árvore que somos se desenvolva, mude, evolua e floresça. Muitas vezes este processo é influenciado pelo ambiente e mais relevante ainda pela forma como interagimos com o mesmo: a importância que atribuimos a determinados acontecimentos pode ser, por um lado benéfica para o nosso eu, mas também poderá ser nefasta. No caso da árvore: Esta precisa de água, do sol, do vento, do solo e de todos os seres vivos que interagem com a mesma. Senão chover, perderá vitalidade e poderá acabar por morrer. Senão tiver sol, perde uma das suas principais fontes de energia, fragilizando a sua regeneração e evolução.
Tal como a árvore. O ser precisa de amor, de partilha, de paz, de harmonia, de realização, de experienciação, de comtemplação, de meditação e ainda de uma infinita fonte de recursos que é humanamente impossivel descrever. Todos contribuem para o seu crescimento. O relacionamento com o meio e a partilha da sua vivência, activa canais de comunicação e energia, revitalizando- o. A partilha deverá ser espontânea, nunca obrigar a dita á aceitação dos outros. O que quero dizer é, temos de estar abertos a todo o tipo de reacções, pois senão o fizermos, cria-se o preconceito que se torna expectável, ao nos submetermos a um juízo externo e dele fazer depender a nossa felicidade. Se tal acontecer, tal como a árvore sem água, o ser perde a sua vitalidade, desligando-se da sua fonte, ele mesmo.
As raízes das árvores variam em tamanho, consoante a abundância de água na zona envolvente ao local em que se encontra, da mesma forma o ser evolui consoante a sua necessidade intrínseca. A minha felicidade é única e a sua também, assim como cada um evolui a seu tempo e de maneira diferente. Não existem caminhos iguais.
De nada vale procurar fora, aquilo que nos pertence.
A árvore não procura fora dela a sua felicidade, pois do todo faz e é parte.
E tem essa Consciência.

Pessoal e transmissivel

Nos tempos que correm, damos por nós a correr atrás da vida. Cada vez vivendo mais uma sensação de frustração e esvaziamento.Tal facto deve-se, ora ao ancorarmos em memórias que nos perseguem vida fora, ou simplesmente por idealizarmos a felicidade futura, como que em busca do "American Dream". Então e o presente? Sim, certamente que compreendem que dedicamos muito pouco tempo das nossas vidas ao momento, mais concretamente ao agora. As visões constantes do passado e do hipotético futuro, remetem-nos para uma ausência de consciência presente. Somos viciados nesse jogo, que no entanto é perigoso e nefasto para as nossas vidas. Quantas vezes a motivação se esvai, a energia desaparece e tudo se torna mais dificil? Porquê?
A nossa energia dispersa-se pelas emoções provocadas pelas constantes interferências de acontecimentos passados, ou como referi acima, de ideais futuros que fazemos questão de colocar acima da nossa felicidade, do nosso bem estar. De que vale ter uma casa, um carro, um televisor, os melhores móveis, um computador, tudo o que "desejamos", se vamos passar uma vida inteira, a penar para cumprir os compromissos que assumimos. Uma vida de stress e correspondente infelicidade. Todos somos afectados. Pais, filhos, e avós. Quantas relações desabam também pela forte influência deste stress consumista. Uma competição sem fim, sempre olhando e cobiçando o que outro tem, esquecendo-nos de algo fundamental. Nós.
O nosso amor e felicidade não depende do que temos, mas sim de quem somos.
O amor de hoje é o melhor. A magia de cada momento deverá ser vivida plenamente, pois cada momento une-se a um anterior e outro ainda que irá acontecer, para formarem uma cadeia que se projecta por toda a nossa vida. É importante ter consciência do nosso passado, mas nunca ficarmos reféns do mesmo. É sem dúvida alguma, saudável vislumbrar e até desejar o futuro, contudo, mais uma vez não devemos nos deixar aprisionar. Corremos o risco de nos perdermos, ora andamos para trás, ora vamos em frente. E o agora?
Sejam positivos, relativizem o que vos provoca mal estar, não se deixem consumir.
Sejam vocês, não dependam da aceitação dos outros.
Sejam felizes.

Respeito, paz, amor e muito carinho

terça-feira, outubro 18, 2005

sublime

«O volver do século pede-nos força, [...] impõe-nos um estoicismo à altura da ciência do tempo e dos grandes acontecimentos do drama actual. A nossa educação romântica não nos preparou para tais virtudes; não aprendemos filosofia na escola da energia. O nosso trabalho deve pois consistir, antes de tudo, na regeneração pessoal, sob o ponto de vista do Eu austero que reclama a grandeza da época. A Comuna de Paris foi sublime na sua cegueira, como um elemento, uma força natural. Eu cá por mim admiro-a, e mal me atrevo a discuti-la.»

Manifesto de
Antero de Quental

segunda-feira, outubro 17, 2005

Formula.

Na vida traçamos rotas para alcançar destinos. Fazemo-lo umas vezes por intuição e outras após períodos de reflexão. As viagens interiores e exteriores sucedem-se, da mesma forma que inspiramos e expiramos o ar. É a vida. Para usufruirmos desta na sua plenitude, devemos começar por nós. O amor próprio é a base da nossa jornada, os nossos passos serão certamente mais conscientes se cultivarmos o nosso amor. Estaremos prontos para dar e receber de forma incondicional. Podemos viajar com o nosso coração, derrubando as barreiras do preconceito e da intolerância. Somos livres. Eu aceito-me, assim como aceito os meus semelhantes. Não quero mais, nem menos. Apenas ser.
E isso faz-me inteiramente feliz!

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