sábado, fevereiro 04, 2006

Pensamento "Presidencial" II

O último artigo por mim escrito neste Blog visa ressalvar a existência de alternativas ao tradicional aparelho político que nos vem governando ao longo dos anos. Não tenho a ousadia de dizer que Alegre é melhor que Soares, tão pouco que Cavaco Silva é o melhor dos três. A verdade é que a particulariedade e a novidade apresentada pela candidatura de Manuel Alegre, vêm de encontro a ideais que há muito defendo serem necessários, para a viragem que o nosso país precisa. Um rosto descolado da máquina política actual, será sem dúvida uma opção a ter em conta. Gastos que estamos, do que nos é dado a escolher, torna-se necessário encontrar quem marque a diferença e que seja independente do novelo de interesses que alimenta o actual sistema político. Manuel Alegre começou por ser um candidato do Sistema, sendo depois abandonado por este. Surge então com uma campanha independente que lhe permite assegurar uma maior votação que o candidato pelo qual foi preterido, Mário Soares. Acredito que muitas pessoas votaram em Manuel Alegre, mas outras há, que votaram na diferença por ele apresentada, a independência dos partidos. Sem olharem a ideais, muitos foram aqueles que o escolheram contra o regime em vigor. A política de hoje está a meu ver esgotada, só sobrevivendo pela impotência demonstrada pela população, que se rende ao Sistema por ela representado. As pessoas não têm tempo para si, quanto mais para a dimensão global dos problemas Nacionais e Mundiais. Os dias passam-se a trabalhar e, o tempo que sobra a pensar como se irá pagar os empréstimos promovidos e oferecidos pela Banca. Hoje, é a Banca quem lucra, os jornais trazem nas suas manchetes os dividendos que esta apresenta. Em tempo de crise Global, não se vislumbra nada que enfraqueça a Banca, antes pelo contrário, cada vez está mais forte. Somos todos reféns do actual sistema, a maioria de nós trabalha para ser independente, mas esquece-se de que essa independência almejada, nos provoca uma outra dependência, esta bem mais grave e que condiciona toda a nossa vida. Ficamos presos aos créditos que adquirimos para patrocinar a nossa "independência", fazendo com que todos os meses estejamos obrigados a cumprir as prestções às quais nos contratámos. O actual nível de vida não permite às pessoas usufruirem desta com qualidade, os salários são demasiado baixos para fazer face às necessidades da maioria das pessoas. Os preços, esses sobem desmesuradamente, criando um fosso entre classes que tende cada vez mais a extremar os pólos da sociedade. O crime, a violência e a depressão são cada vez mais comuns, provocando estragos inmensuráveis na sociedade em que vivemos. A minha crítica não se dirige à Banca, porque penso que esta deve existir, dirige-se sim, à falta de coordenação e visão de quem a promove. Uma sociedade mais forte, será também sinónimo de uma maior distribuição de riqueza, logo existirá um maior poder de compra por parte de um maior número de pessoas. O "Essencial", basta para sobrevivermos, o resto é aproveitar o que a vida nos reserva e Viver! Muitos de nós precisam de muito para viver e por isso pensam que assim, são felizes, a outros, basta-lhes o "Essencial".

Criamos realidades que nos "fazem" felizes, hipotecando muitas vezes a presente felicidade e, sem por isso darmos, perdêmo-la.
Não percam a vossa!


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